Aí vai meu último conto. Peço perdão, escrevi as pressas com medo de acabar não escrevendo. A inspiração foi esse post do blog Contos do Léo, que eu recomendo que leiam para entender melhor o meu conto. Recomendo o blog como um todo também.
Como em Plantaverde poucos sabiam Esperantoso e os editores que publicavam nesse idioma faziam questão de publicar aos montes, achando que assim todos passariam a querer aprender o idioma, os livros em Esperantoso eram baratos.
Gota quis. Sozinha estudou Esperantoso porque gostava de livros, que no idioma nativo eram muito caros.
E a Gota adorava também a idéia do Esperantoso de unir todos os mundos.
Sua pronúncia ficou perfeita. Sua escrita também. Compreendia mesmo as formações sintáticas mais complicadas. Compreendia o que o escritor quis transmitir mesmo com as aliterações mais peculiares do Esperantoso e adorava reparar diferenças de estilística e estética.
Mas o prblema maior a língua por si só não resolvia. Ela sabia que quase todo mundo ganhava pouca plantaverde trabalhando muito para meia dúzia de seres ganharem demais quase sem trabalhar.
Se a maioria trabalha muito, não chega a ler e por vezes nem a sentir.
Assim, as aliterações, metáforas, antíteses, prosopopéias ficavam bem longe do cotidiano. Seus pais diziam pra arranjar logo um trabalho, sem tentar estudar pra ser professora de Esperantoso como ela queria. Mas se não era pra poder se emocionar um pouco, para que a vida servia? Ela queria ensinar isso. Mas o mundo era tão mecânico...
Certa vez, Gota estava na praça da Coruja, onde os jovens que estudavam E
sperantoso se
reuniam para conversar nesse idioma. Apareceram umas pessoas com umas idéias bem malucas. Um projeto de haver salário de 10 quilos de plantaverde para todos no fim do mês. Mas para isso todos precisariam se unir, para criar uma sociedade onde todos poderiam estudar, trabalhar no que quizessem sem pressão, ler, e viver a literatura da vida.Será que se desse certo ela poderia ensinar seua alunos a viver com aliterações, metáforas, antíteses, prosopopéias? Será que ela poderia transformar a vida das pessoas em um texto um pouco mais rico do que um lista de compras???
E começou a trabalhar para isso. Conversava com um. Depois com outro. Quase ninguém a entendia. Mas aqueles que deram ess idéia à Gota a incentivavam...
Todos dos arredores sabiam quem era a Gota. Sabiam de suas idéias malucas. Sabiam que ela não era muito normal.
Um dia o prefeito baixou o salários dos professores para um quilo e meio de plantaverde. Gota e seus amigos de idéias malucas levaram tampas de panela e colheres para fazer barulho na frente da prefeitura. Os guardas atiraram raios de calor paralizante de cor alaranjada viva para conter os malucos que ousavam
atrapalhar o trabalho do senhor prefeito, que recebia vinte quilos de plantaverde de salário por mês mais benefícios. Nessa hora, Gota entrou em ebulição e virou vapor.
Até hoje não se sabe se Gota virou vapor por causa dos raios ou se foi sua animação na luta pelo que acreditava que a fez ferver. O que se sabe é que depois da primeira chuva que caiu após aquele dia todos começaram a ouvir com maior interesse os malucos que defendiam as mesmas idéias que Gota. Afinal, idéias não evaporam com facilidade.
Mas ahhh!!! Parabéns Maíra, achei sensacional!!! Conseguiste criar um universo muito bacana dentro do universo daquele "pequeno planeta"(hehehe)!!! Hehe, não sei, normalmente eu acho que não gostaria que criassem com inspiração em um conto meu, mas esse conto teu eu achei muito bom mesmo!! Nossa, na realidade eu tenho a meta de transformar o conto em livro, mas por enquanto estou só na página 15. Mas olha, parabéns novamente!! Vou acompanhar direto o teu blog!!
ResponderExcluir