domingo, 6 de junho de 2010

Quis ser professora? Agora aguenta!

http://www.youtube.com/watch?v=lHrDIm2oYx8&feature=related
Oi Gente. Já faz mais ou menos um ano e meio que não escrevo no blog aqui. Mas voltei a ter idéias e menos remorso de colocá-las na net quando deveria estar estudando.
Faço um curso de
Licenciatura. Boa parte dos meus colegas não gosta muito das cadeiras relativas a Educação, mas eu geralmente gosto. Temos estudado umas coisas interessantes em Organização Curricular. Isso me faz pensar muito em como anda a educação hoje em dia. As escolas privadas geralmente são mais tradicionais, muitas quase um cursinho pré-vestibular em 3 anos no caso do Ensino Médio. As públicas têm propostas normalmente mais inovadoras, mas que não dão certo se o assunto é fazer alguém passar num vestibular altamente conteudista (tipo universidades federais brasileiras). Aí está um dos pontos que faz com que as universidades como a minha querida UFRGS tenha uma grande maioria de alunos de poder aquisitivo de mediano para cima e traz a necessidade da política de cotas.
Claro que não podemos falar na diferença entre as escolas públicas e privadas sem falar também na diferença de investimento. E aí o principal problema é a desvalorização da profissão de professor. Embora um bom material didático, recursos sonoros e visuais possam melhorar a aula, torná-la mais atraente e etc. o que é realmente imprescindível para uma boa aula é a qualificação e a motivação do professor e um bom projeto pedagógico.
Vi que entrelacei dois temas: o do projeto e o dos professores, mas se eu resolver reformular tudo, se me conheço bem, esse post vai acabar não saindo. Então lá vai:
Com relação às escolas, uma amiga minha da faculdade que estudou em escolas particulares e razoavlmente tradicionais me contou que lá ela não aprendeu quase nada sobre socialismo, revolução russa, a queda do muro de Berlin etc. Eu tive uma boa base sobre essas coisas em História na minha escola (que era pública) e em Geografia tínhamos aulas bastante críticas sobre as diferenças entre os países, economia mundial e etc. Sem contar que, no meu saudoso colé
gio Santa Rita de Gravataí tínhamos assembléias trimestrais onde reclamávamos do que achávamos errado na escola, fazíamos reivindicações, conversávamos sobre a relação com nossos professores. Era bastante produtivo. Claro que a escola tinha lá seus problemas. Não tive nem perto do que era necessário de matéria para o Vestibular e era complicado impor disciplina aos alunos. Mas estudar um conteúdo é algo mais fácil de se conseguir sozinho do que conseguir "se formar enquanto cidadão". E disciplina não depende apenas da escola, mas vemos que os pais têm precisado trabalhar cada vez mais para ganhar menos, e portanto têm menos tempo para os filhos.
Quanto aos professores: Assim como médicos, advogados, engenheiros ou arquitetos eles precisam fazer uma graduação com um número X de créditos, precisam aprender a pesquisar com autonomia, precisam fazer um trabalho de conclusão de curso e precisam fazer um estágio na sua área. Mas o piso inicial não chega a 1 mil!!! Sem contar a falta de prestígio da profissão, o que é historicamente explicável. Na época da Colônia, só era professor no Brasil quem não
arranjava coisa melhor. Depois, o Magistério era curso de espera-marido. E hoje em dia ser professor não é algo festejável em lugar nenhum. Logo que eu passei no vestibular, um vizinho meu veio me parabenizar. Quando eu contei que faria uma licenciatura ele me perguntou como alguém tão inteligente quanto eu fez uma coisa tão BURRA! [ironia]Sim, ser professor é muita burrice, pq dá muito trabalho mas não dá dinheiro. [/ironia]
E não bastasse isso tudo ainda tem esse esquema que estão inventando de meritocracia.
MERITOCRACIA?????? Daonde? Dinheirocracia eles querem dizer. Estão querendo fazer uma prova para os professores e os que se derem melhor nelas vão ganhar mais. E quem tiver mais condições é que vai poder estudar mais para essa prova. Ou pq tem empregada em casa e pode passar mais tempo estudando ou pq vai poder pagar um cursinho preparatório (eles pipocaram em todos os Estados que já possuem esse sistema). E aí Mairinha? Durma com um barulho desses. Você resolveu nascer gostando de ensinar e quis ser professora, né? Então agora aguenta!
Mas devo admitir que creio que nem tudo está perdido. Vai ver ando lendo demais. (Faço Letras rsrsrsrsrs) Mas vamos fazendo a nossa parte. Principalmente se ela for dar uma aula conscientizante para nossos (futuros) alunos.

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