quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sobre Acessibilidade

Oiam outra vez gente. Depois de deixar o meu bloguinho pronto com relação à aparência vi que ele ficou bem parecido com o blog que eu mais curto ler, que é o www.escrevalolaescreva.blogspot.com , mas devo admitir que a aparência do bloguinho não me desagradou. Vou tentar escrever outro post então. Tenho coisas para fazer: dois trabalhos de disciplinas diferentes da FACED, dois trabalhos de Teoria da Literatura II (matéria ma-ra-vi-lho-sa!) e a prova de Estudos de José Saramago. Isso me faz sentir bastante culpada por estar aqui, escrevendo no meu blog e não estudando. Mas... nasceu nerd agora aguenta! (hehehehehe)
Saiu no último Jornal da Universidade da UFRGS uma reportagem sobre
acessibilidade. Achei bem interessante: mostraram alguns colegas que eu admiro profundamente por sua força de vontade: Rafa Giguer (def. visual), formado em Engenharia de Materiais e servidor da universidade, André Vicente (def. visual), estudante de Música e Pedro (cadeirante) também estudante de Música. (conheço pessoalmente só os dois primeiros). Claro que muitos colegas que eu conheço que também travam uma batalha diária para estudar não foram citados, mas nem teria como fazer iso... :-) A Reportagem fala dos problemas que ainda existem e das iniciativas que procuram resolvê-los. A principal delas, com certeza, é o Projeto Incluir, onde o Rafa trabalha. É lá que eu faço a ampliação dos textos que leio para a faculdade!
Vejo que o interesse pela acessibilidade e pela educação inclusiva tem aumentado bastante ultimamente. Em Psicologia da Educação tínhamos de escolher um assunto para um trabalho em grupo. Tantas pessoas escolheram inclusão que foi preciso formar dois grupos! O meu grupo falou majoritariamente de formação de professores. Embora haja a consciência de que os professores devem estudar esse assunto, na pesquisa de currículos a Fran da Ciências Sociais que também estava no meu grupo constatou que o máximo que há é uma cadeira de LIBRAS básica em algumas licenciaturas e isso ainda é muito pouco. Também notamos pela manifestação de alguns colegas que eles não estão ainda muito a vontade com a idéia de dar aula em uma turma onde haja um ou mais aluno(s) deficiente(s). Parecem achar que o ideal é que os deficientes fiquem separados do re4stante pois assim seria mais fácil para os professores. Vejo que as pessoas em geral ainda são bastante mal informadas. Elas pensam que para os deficientes TUDO deve ser diferente, mas não é bem assim. A convivência dos deficientes com os não-deficientes pode (e deve) ser mais comum e normal! Mas eu não culpo os meus colegas. Acho que eles têm boas intenções em sua maioria, mas falta terem mais informação, talvez até mesmo mais acesso a ela. Mas isso tem melhorado e tende a melhorar mais.
Como faço parte do Movimento Estudantil de esquerda da UFRGS penso muito seriamente em começar um movimento pró-cotas para Deficientes. Eu sei que a UFPR e a UFSE já têm. Mas será que a UFRGS está pronta para isso? Será que EXISTE esse negócio de "estar pronta para isso"? Afinal, os deficientes encontram barreiras em onde quer que eles vão, o que derruba o argumento "a universidade tem muitas barreiras". Mas, e os surdos, que têm uma dificuldade real de comunicação? Como fariam para acompanhar as aulas? Não poderia ter intérprete de libras? (Já fui aluna de um curso que tinha, funcionava bem lá) Será que não poderíamos abrir discussões?
Eu sou uma deficiente visual light, com poucas necessidades especiais. Mas vejo que, por mais que eu tenha um resíduo visual que me aproxima um pouco das pessoas videntes (como os def. visuais chamam quem tem visão normal :-D) as pessoas não entendem muito como eu vivo. Meu egocentrismo faz com que eu adore contar o que eu já passei e o que ainda passo. Fico feliz com a curiosidade/solidariedade. Estou respondendo algumas perguntas sobre deficiência por msn para o trabalho de um menino e uma menina da Pedagogia. Bem interessante. Eles estão sendo bastante compreensivos com as coisas que eu estou contando e noto um grande cuidado da parte deles ao conversar comigo. (Isso porque eles ainda não sabem que eu adoro falar sobre essas coisas XD.) Mas creio que eles realmente estejam no aminho certo. Espero que consigamos cada vez mais disseminar a conscientização. Gurizada boa, façam como Camila e Thiago!

domingo, 6 de junho de 2010

Quis ser professora? Agora aguenta!

http://www.youtube.com/watch?v=lHrDIm2oYx8&feature=related
Oi Gente. Já faz mais ou menos um ano e meio que não escrevo no blog aqui. Mas voltei a ter idéias e menos remorso de colocá-las na net quando deveria estar estudando.
Faço um curso de
Licenciatura. Boa parte dos meus colegas não gosta muito das cadeiras relativas a Educação, mas eu geralmente gosto. Temos estudado umas coisas interessantes em Organização Curricular. Isso me faz pensar muito em como anda a educação hoje em dia. As escolas privadas geralmente são mais tradicionais, muitas quase um cursinho pré-vestibular em 3 anos no caso do Ensino Médio. As públicas têm propostas normalmente mais inovadoras, mas que não dão certo se o assunto é fazer alguém passar num vestibular altamente conteudista (tipo universidades federais brasileiras). Aí está um dos pontos que faz com que as universidades como a minha querida UFRGS tenha uma grande maioria de alunos de poder aquisitivo de mediano para cima e traz a necessidade da política de cotas.
Claro que não podemos falar na diferença entre as escolas públicas e privadas sem falar também na diferença de investimento. E aí o principal problema é a desvalorização da profissão de professor. Embora um bom material didático, recursos sonoros e visuais possam melhorar a aula, torná-la mais atraente e etc. o que é realmente imprescindível para uma boa aula é a qualificação e a motivação do professor e um bom projeto pedagógico.
Vi que entrelacei dois temas: o do projeto e o dos professores, mas se eu resolver reformular tudo, se me conheço bem, esse post vai acabar não saindo. Então lá vai:
Com relação às escolas, uma amiga minha da faculdade que estudou em escolas particulares e razoavlmente tradicionais me contou que lá ela não aprendeu quase nada sobre socialismo, revolução russa, a queda do muro de Berlin etc. Eu tive uma boa base sobre essas coisas em História na minha escola (que era pública) e em Geografia tínhamos aulas bastante críticas sobre as diferenças entre os países, economia mundial e etc. Sem contar que, no meu saudoso colé
gio Santa Rita de Gravataí tínhamos assembléias trimestrais onde reclamávamos do que achávamos errado na escola, fazíamos reivindicações, conversávamos sobre a relação com nossos professores. Era bastante produtivo. Claro que a escola tinha lá seus problemas. Não tive nem perto do que era necessário de matéria para o Vestibular e era complicado impor disciplina aos alunos. Mas estudar um conteúdo é algo mais fácil de se conseguir sozinho do que conseguir "se formar enquanto cidadão". E disciplina não depende apenas da escola, mas vemos que os pais têm precisado trabalhar cada vez mais para ganhar menos, e portanto têm menos tempo para os filhos.
Quanto aos professores: Assim como médicos, advogados, engenheiros ou arquitetos eles precisam fazer uma graduação com um número X de créditos, precisam aprender a pesquisar com autonomia, precisam fazer um trabalho de conclusão de curso e precisam fazer um estágio na sua área. Mas o piso inicial não chega a 1 mil!!! Sem contar a falta de prestígio da profissão, o que é historicamente explicável. Na época da Colônia, só era professor no Brasil quem não
arranjava coisa melhor. Depois, o Magistério era curso de espera-marido. E hoje em dia ser professor não é algo festejável em lugar nenhum. Logo que eu passei no vestibular, um vizinho meu veio me parabenizar. Quando eu contei que faria uma licenciatura ele me perguntou como alguém tão inteligente quanto eu fez uma coisa tão BURRA! [ironia]Sim, ser professor é muita burrice, pq dá muito trabalho mas não dá dinheiro. [/ironia]
E não bastasse isso tudo ainda tem esse esquema que estão inventando de meritocracia.
MERITOCRACIA?????? Daonde? Dinheirocracia eles querem dizer. Estão querendo fazer uma prova para os professores e os que se derem melhor nelas vão ganhar mais. E quem tiver mais condições é que vai poder estudar mais para essa prova. Ou pq tem empregada em casa e pode passar mais tempo estudando ou pq vai poder pagar um cursinho preparatório (eles pipocaram em todos os Estados que já possuem esse sistema). E aí Mairinha? Durma com um barulho desses. Você resolveu nascer gostando de ensinar e quis ser professora, né? Então agora aguenta!
Mas devo admitir que creio que nem tudo está perdido. Vai ver ando lendo demais. (Faço Letras rsrsrsrsrs) Mas vamos fazendo a nossa parte. Principalmente se ela for dar uma aula conscientizante para nossos (futuros) alunos.